1 de abril de 2016

Desmistificando alguns mitos!



É da natureza humana utilizar artifícios para pesar um discurso, facilitando e reforçando seus argumentos, deixando seus rivais temerosos frente determinada informação. Devido ao poderio das comprovações e das descobertas científicas do último século, uma das artimanhas usadas é a frase "foi comprovado cientificamente", pois se a ciência realmente comprovou algo, então torna-se um fato, fazendo desta frase um argumento chave para vencer discussões. Contudo, como veremos, nem todos esses argumentos são verídicos. Agora você conhecerá 3 de alguns dos maiores mitos populares da ciência:

                   
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-Antes de começarem a ler, abram esse link que vai direto ao youtuber, e deixe tocar a musica enquanto leem. Boa leitura!

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Usamos apenas 10% do cérebro!

É comum vermos diariamente pessoas alegarem que usamos apenas 10% do nosso cérebro, afirmam com propriedade que se pudéssemos utilizar 100% de nossa capacidade, ganharíamos poderes metafísicos, poderíamos levitar massas com a mete, ler mentes, ficar intangível e atravessar paredes. Esse mito é bastante propagado em filmes e séries, que nos mostram uma dinâmica onde, de alguma forma, podemos "ganhar poderes ao utilizar o restante do cérebro". Assim é feito no filme Sem Limites: o protagonista ao ingerir um tipo de droga é capaz de usar 100% do seu cérebro, ganhando habilidades como aprender qualquer idioma apenas lendo uma palavra, produzir um livro em algumas horas sem qualquer desgaste mental, agilidade em lutas, e outras.
O filme é legal? Sim!
Mas embora nem a ciência conheça ainda o funcionamento de todo o cérebro, entende-se que todas as suas regiões estão ativas e possuem funções determinadas. Portanto, cientificamente tal informação é equivocava.
First things first! Preciso explicar como esse mito surgiu:

Em 1908, o psicólogo William James publicou um paper, dizendo que "nós estamos fazendo uso apenas de uma parte do nosso potencial mental e físico". Note que ele usou a palavra "potencial", fazendo com que alguém que usa 10% do cérebro interprete como se os seres humanos utilizassem apenas pouco da grande competência do cérebro e ainda, se utilizássemos mais poderíamos ser, quem sabe, super dotados. O grande problema nessa afirmação é que já usamos 100% do nosso cérebro, não de uma vez, mas ao longo do dia.
Explicando melhor, se estamos sentados com os nosso amigos tomando aquele chopp gelado, mesmo que não estejamos utilizando alguns membros e articulações, e por mais estáticos que estejamos, o cérebro está constantemente está mandando informações para o corpo.






Déjà vu

Sim, magnânimos leitores, tocarei nesse assunto tão polêmico e incompreendido.
Sem dúvida todos já passaram por esse fenômeno. Na busca pela explicação para essa sensação, surgem os mitos. Antes de mais nada, Déjà vu é a sensação de já ter presenciado determinada cena ou já ter visto certo objeto/pessoa em algum lugar, aquela impressão comum de: "hm, parece que isso já aconteceu".
A pseudo-explicação que temos é que possivelmente já sonhamos com aquilo que acabou de acontecer ou, quando pensamos já ter visto alguém que nunca vimos, que conhecemos essa pessoa em vidas passadas.
Para a teoria mais bem aceita, contudo, tais sensações não passam de más configurações das nossas lembranças. O cérebro já viu aquela situação, ainda que extremamente diferente, e não é capaz de reconhecer a configuração total, acrescentando informações. Isso ocorre porque temos uma ótima memória para guardar objetos ou imagens, mas não tão ótima para guardar as configurações do espaço onde o mesmo objeto ou cena ocorreu.
A prova disto é que hoje já é possível controlar o Déjà vu em laboratório com experimentos. Coloca-se um grupo de pessoas em um determinado recinto que contém objetos com pouca importância, apenas para que sejam notados, e outros objetos para serem guardados na mente. Fazendo isso em recintos diferentes e depois colocando em local onde a mecânica do espaço seja semelhante ao primeiro espaço, o grupo apresenta lembranças de coisas notáveis e a sensação de já ter visto alguma daquelas coisas. Realmente incrível!




Cortar as pontas do cabelo faz com que ele cresça mais rápido!
Créditos à modelo da fotografia:
-Mayara Vighini.

Esse mito, provavelmente mais comum entre mulheres, afirma que cortar as pontas do cabelo faz com que eles cresçam mais rápido, fiquem mais fortes ou mais escuros. Lamento lhe dizer mas você foi enganado a sua vida inteira.
Sério? Sim.                                                                                
Cortar as pontas do cabelo não interfere em absolutamente nenhum desses fatores listados acima. O que realmente interfere é o código genético do indivíduo e não o fator mecânico do corte, ou seja, vai crescer mais rápido de acordo com sua propensão genética. Claro que existem meios de fazer com que ele realmente cresça mais rápido, como o uso da vitamina A, mas não é um método natural