1 de dezembro de 2015

Charles Darwin e a Origem das Espécies. (Parte 1)

Olá leitores, devo dizer que essa postagem está demasiadamente atrasada, mas como o final do ano se aproxima, decidi dividi-la em duas partes pois também não terminei de escrevê-la.
Sem mais delongas, vamos a vida de Charles Darwin:


Vindo da abastada família Darwin-Wedgwood, Charles Robert Darwin teve uma vida atormentada por alguns fatores, como a ausência da mãe (Susannah Darwin) na criação dos filhos por esta viver sempre doente e a insegurança que o acompanhou ao longo da vida. Seu pai era um médico chamado Robert Darwin que o educou junto de seus 5 irmãos com severidade e os ensinou princípios de bom comportamento e lecionou a eles as normas de etiqueta para relacionar-se com a elite intelectual da época com quem o patriarca da família interagia frequentemente.
O quinto filho de Robert nascido em 12 de fevereiro de 1809 na Inglaterra perdeu a mãe aos 8 anos de idade, porém Darwin não demonstrou sentir sua morte. Provavelmente isto deve-se pelas normas de decoro estabelecidas pelo pai que queria passar ao máximo uma imagem de elegância de sua família, o que levou Charles a reprimir seus sentimentos pela sua mãe e pela sensação de absentismo que Susannah passava para seus filhos em sua criação.
Charles Darwin não era um bom aluno na escola. Em 1822 e o aprendizado do grego e do latim dominavam a grade curricular, o que deixava o futuro naturalista totalmente desinteressado. Darwin não queria aprender as antigas línguas que o tornariam um cavalheiro. Seu interesse era pelo esporte da caça, e suas freqüentes peregrinações com uma escopeta através da mata em busca de aves que ele recolhia renderam-no notas baixas que apontavam para um futuro de fracasso acadêmico.
O pai de Charles temeu que seu filho não se tornaria alguém bem sucedido de acordo com os padrões da época, e decidiu o mandar para a universidade de Edimburgo para estudar medicina. Não foi um plano bem sucedido pois as cirurgias que eram conduzidas na frente dos alunos, em uma época em que os medicamentos com propriedades anestésicas desenvolvidos até então eram extremamente rudimentares, o que deixava Darwin horrorizado. Charles era muito sensível ao sofrimento humano, característica que foi bem visível nele ao longo de sua vida.
Sua aversão aos métodos cirúrgicos da época em que era freqüente o uso de amarras e mordaças para conter os movimentos e gritos dos pacientes o fez abandonar seus estudos. Envergonhado de seu fracasso, Charles só teve coragem de voltar para casa um ano depois de se isolar da família em Edimburgo. Não vendo soluções para o suposto futuro catastrófico do filho, Robert o sugeriu que Darwin estudasse para virar sacerdote e usou de sua riqueza e influencia para fazer com que ele fosse aceito na Universidade de Cambridge.
Foi nessa época que o jovem Charles Darwin conheceu uma garota chamada Fanny Owen e esta veio a ser sua primeira namorada. Embora as coisas parecessem ir bem em sua vida como aspirante a clérigo, o futuro naturalista parecia não saber mais que rumo tomaria, o que o levou a passar noites e noites em claro jogando cartas com os amigos e bebendo whisky.
Por mais perdido que pudesse estar, Darwin manteve seus hobbies como a caça e a coleta de besouros que agora fazia junto de seu primo Willian Darwin que foi quem apresentou Charles para um professor em botânica, especialista em besouros e reverendo chamado John Stevens Henslow. Este despertou em Charles Darwin um grande interesse em biologia, tornando-se seu tutor e freqüente companheiro de caminhadas. Mais tarde Darwin ingressou no curso de história natural de Henslow e se tornou um de seus melhores alunos, além disso seus estudos estavam indo muito bem e Charles chegou a ser o décimo colocado dentre 178 alunos aprovados em física e matemática.
Embora a mais lembrada viagem que Charles Darwin fez durante sua vida tenha sido o percurso feito por ele a bordo do HMS Beagle, vale ressaltar que ele já se dispôs antes disso a jornadear por outros locais. Durante o período em que Charles Darwin passou como aluno de Henslow, ele ingressou em um curso de geologia do reverendo Adam Sedgwick, e este o levou em uma viagem de mapeamento estratigráfico no Pais de Galés (uma das nações que constituem o reino unido). Além disso, Charles outrora já teve pretenções de visitar a Ilha de Madeira que não pode acontecer devido à morte de um de seus colegas de viagem.
Houve uma segunda tentativa de viagem que dessa vez veio a dar certo.  A marinha britânica designou uma fragata a fazer um mapeamento pela America do Sul e necessitava de um naturalista a bordo. Henslow disse a Charles Darwin que fosse a uma viagem com Robert Fitzroy, o capitão do HMS Beagle.
Embora inicialmente estivesse relutante, Fitzroy foi convencido a deixar Charles a viajar com ele por seus trejeitos cavalheirescos que haviam sido ensinados por seu pai desde de sua infância. Em outras palavras, Darwin era muito gente boa.
Por pouco Charles Darwin não conseguiu ir a bordo do Beagle devido a seu pai que temia pede-lo na viagem. O medo de Robert era justificável, não era incomum na época do império colonial britânico o tipo de tragédia que poderiam ocorrer durante a travessia do navio inglês ao longo da América do Sul. A classe de navio ao qual pertencia a fragata de Fitzroy não era das mais seguras ou sequer confortáveis, esta detinha o apelido de “Caixão Flutuante”
Quem precisou convencer o Darwin pai a permitir e custear a viagem foi o tio de Charles Darwin e logo depois o próprio Darwin teve de se convencer a continuar com seus planos quando viu o navio em que passaria os próximos quase cinco anos. Seu quarto era um cubículo apertado com o teto mais baixo que ele, Sua cama era uma rede que durante a viagem se movia incessantemente de um lado para o outro. Charles além de sofrer com o enjôo, também tinha claustrofobia.
No dia 27 de dezembro de 1831, o HMS beagle zarpou, e já começando a viagem atacando a sensibilidade de Charles Darwin, alguns marinheiros haviam se embebedado na noite anterior, o que levou Fitzroy a punilos com o açoite no dia seguinte. A brutalidade da punição o horrorizou tal qual a escravidão no Brasil o fez quando aqui Darwin chegou.

Assim como ganhou a simpatia de Fitzroy, Darwin o fez com toda a tripulação. Passou a maior parte do tempo em terra coletando espécies, fosseis e fazendo analises geológicas, os marinheiros forneciam a ele barris e mais barris para guardar suas amostras e por sua dedicação e conhecimento, o apelidaram de filosofo. 
Embora não soubessem do que se tratava, os trabalhadores do navio viam o material que Charles Darwin coletava como simplesmente algo muito importante, o que não deixava de ser verdade pois com estas amostras que Charles Darwin viria a se tornar o naturalista mais famoso da época.

No proximo texto, darei continuidade a biografia de Charles Darwin, começando por sua passagem na ilha de Galápagos e como este chegou a sua epifania.
Até mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário